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Mostrando postagens de fevereiro, 2020

Não morda essa Isca

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Não morda essa Isca Sobre o livro "Deus, um delírio", de Richard Dawkins     O Sr. Dawkins é muito aguerrido. Tem a fé de um cruzado e a certeza obstinada de um Paulo de Tarso. Mas é só isso que ele tem. O resto é azedume, desprezo irracional por tudo que é não cartesiano (leiam pf o Ponto de Mutação)e um ego tão educado que se acha muito humilde por duvidar de tudo, inclusive de Deus! É realmente um "cientificista", mas nunca um cientista. Isola em seu microscópio míope apenas o que vai servir à sua pequena visão materialista e vai tentando ao longo dos seus livros construir um conto de fadas feito de átomos e... NADA. E há muita gente por aí (principalmente os mais jovens), que avessa às religiões de massa (e com razão), mordem essa isca fácil do chamado "ateísmo", que como os argumentos deste senhor, são vazios e infantis.

Mais do mesmo

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Mais do mesmo Sobre o livro Despertar, de Sam Harris   É enorme a quantidade de puxa-sacos desse Sam Harris. Seja no GR, no SKoob (as resenhas que li são tão rasas quanto o resenhado!). Já assisti a vídeos dele. São de dar sono. Só a minha curiosidade mórbida me impele a ver tudo até o fim. Então quando fiquei sabendo que ele também acha que é escritor, dei logo um jeito de ler esse livro "Despertar". Acho honroso perguntar primeiro e apedrejar depois. Portanto lá vai pedra! O livro pretende ser (apesar de o tempo todo insistir que não é) um guia para os buscadores "espirituais" - palavra que na "desdefinição" de SH (e da cavalgadura morrida chamada Christopher Hitchens) equivale ao frêmito que um apreciador das artes experimentaria ao ver a Mona Lisa. Usuário de droga alucinógena na juventude e agora neurocientista, o homem parece ser A autoridade em matéria de cérebro e mente. Do alto de seus vastos estudos, usando droga e meditando no

No Dentista

Consulta marcada no dentista, depois do almoço. Obturação, fio dental, escova, etc. Calor de janeiro, férias de crianças, consultório quase vazio. A televisão vertendo sangue e esperma pelas paredes da recepção. Meia hora de atraso, o Magarefe diplomado chama meu nome. Custo a ouvir, pois a rainha de todas as salas fala muito mais alto. Dou-me conta de que fiquei velho. O dentista é um rapazote, franzino, baixinho, mas com nome pomposo, que prefero esquecer.  Não vejo sua boca, que já está mascarada. De poucas falas, vai direto ao assunto e começa as “carícias”. Deitado praticamente de ponta a cabeça naquela cadeira desconfortável, nada posso fazer a não ser filosofar sobre o tempo e o sofrimento. Filosofar sozinho, quase alijado de mim mesmo, já que a cada 30 segundos quase saio do corpo com as cutucadas sutis no meu nervo dental aparentemente exposto.  E sobre o que poderia meditar? No início começo a antecipar o café que tomaria no fim da tarde. As notícias desastrosas do d